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Revista Pirralha lança festival de cartuns em homenagem aos 15 anos do Barão de Itararé

Interessados devem inscrever seus trabalhos até o dia 1º de maio

Para celebrar seus 15 anos de vida, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé anuncia parceria com a Revista Pirralha para promover um festival de cartuns com o tema de seu aniversário. Na linha de frente da luta pela democratização dos meios de comunicação no Brasil desde 2010, o Barão notabilizou-se como a casa de quem luta por uma mídia mais democrática no Brasil, abraçando jornalistas, comunicadores populares, acadêmicos, ativistas, além de diversos setores do movimentos social e sindical brasileiro.

A organização promove uma verdadeira festança para soprar velinhas no dia 17 de maio, em São Paulo. Uma das atrações será a exposição dos cartuns enviados à Pirralha, mídia independente formada por chargistas, ilustradores, caricaturistas e jornalistas.

A Revista receberá, até o dia 1º de maio, caricaturas de Apparício Torelly (o “Barão de Itararé”) e cartuns que abordem a temática das mídias independentes e da luta pela liberdade de expressão no Brasil.

 Como participar

 – A mostra será composta de duas seções: uma com as caricaturas do Barão de Itararé (Apparício Torelly) e outra reservada às obras que abordam o tema da liberdade de expressão bem como a mídia independente.

– A participação é aberta a todos os cartunistas que podem participar das duas seções enviando tanto as caricaturas quanto charges e cartuns.

– Os trabalhos devem ser enviados em formato digital, acompanhados das seguintes informações: Nome completo e nome artístico (caso o utilize); Endereço físico e eletrônico; telefone para contato.

– As obras devem ser enviada ao endereço eletrônico: [email protected]

– As inscrições se encerram em 1 de maio de 2025 às 23h 59 min.

– Especificações do arquivo: tamanho 30 x 30 cm, 300 DPI, formato JPEG ou PNG.

– As obras podem ser em preto e branco ou coloridas.

– As obras serão publicadas em uma página especial no endereço https://revistapirralha.com.br, exibidas no evento comemorativo dos 15 anos do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé em 17 de maio e divulgadas nas redes sociais das entidades parceiras.

– Eventualmente, para adequação ao espaço de exposição, a comissão organizadora poderá selecionar as obras a serem apresentadas.

– Os artistas participantes receberão por e-mail um certificado de participação emitido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Quem foi o Barão de Itararé?

A incrível história de Apparício Torelly (1895-1971) parece não receber a devida justiça em relação ao que se sabe e se fala sobre tal figura. Um dos criadores da imprensa alternativa no país e o “pai do humorismo brasileiro”, o jornalista gaúcho foi fundador dos jornais “A Manha” (em resposta ao jornal ‘A Manhã’) e “Almanhaque”, ironizando as elites, criticando a exploração e enfrentando o autoritarismo.

Preso várias vezes, nunca perdeu o seu humor. “Itararé”, por exemplo, é o nome da batalha que não houve entre a oligarquia cafeeira e as forças vitoriosas da “Revolução de 1930” – sim, seu título é de um grande evento… que nunca existiu!

Político sagaz, Torelly foi militante do Partido Comunista do Brasil (então PCB) e eleito vereador pelo Rio de Janeiro em 1946 com o lema “mais leite, mais água e menos água no leite” – denunciando fraudes da indústria leiteira da época. O Barão de Itararé denunciou as manipulações da imprensa, tendo sido um crítico ácido dos jornais golpistas de Assis Chateaubriand e Carlos Lacerda e um entusiasta do jornalismo alternativo. Após o golpe militar de 1964, ele passou por inúmeras privações. Faleceu em 27 de novembro de 1971.

O que é o Barão de Itararé?

Fundada no bojo do movimento dos “blogueiros sujos”, em meados da década de 2010, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé nasceu com a missão de congregar diversos setores da sociedade na luta por uma mídia mais democrática. Setor historicamente concentrado nas mãos de poucas famílias, o Barão reuniu acadêmicos, jornalistas, movimentos sociais, sindicalistas, ativistas da cultura e da política para somarem esforços em uma luta estratégica para o campo democrático e popular – muitas vezes, infelizmente, menosprezada.

Atravessando as transformações tecnológicas cada vez mais rápidas no mundo da comunicação, o Barão consolidou-se como um dos espaços mais vibrantes da luta para democratizar o setor no Brasil. A entidade investe em formação através de debates, seminários, cursos e palestras, além da publicação de livros em seu selo de editorial.

Suprapartidária, a organização funciona como uma espécie de “casarão” das mídias alternativas, independentes e populares, abraçando todo o campo progressista. A identidade do Barão reflete um pouco o espírito de Aparício Torelly, já que a irreverência e a galhardia são algumas de suas marcas registradas.